Batalhão de Bacamarteiros
Com uma nomeação que remete ao Bacamarte, arma de fogo em desuso nos dias atuais, o grupo de Bacamarteiros, ou também conhecido como Batalhão de Bacamarteiros é uma das manifestações culturais presentes no território sergipano. Com uma agenda festiva amplamente vinculada ao ciclo junino, o Batalhão de Bacamarteiros, ou simplesmente Batalhão sai pelas ruas de diversos municípios sergipanos louvando Sr. São João e Sr. São Pedro, respectivamente nas datas de 24 de junho e 29 de junho. O grupo que é formado por mulheres, homens e crianças saí às ruas acompanhado de instrumentos como ganzás, pandeiros, onças e caixas tocadas em ritmos marcantes e envolventes. Entoando cheios como: “Aqui não tem areia, areia só tem no mar ... Chora neném, seu amor quer lhe deixar... ô deixa chorar”, as/os participantes do Batalhão passam em muitas casas, onde famílias oferecem bebida e comida, como forma de agradecer a visita do grupo, mas como também um modo festivo de pagar promessas feitas ao Sr. São João e ao Sr. São Pedro.
Variações do grupo de Batalhão de Bacamarteiros podem ser encontradas nos municípios de Carmópolis, General Maynard e Santo Amaro, todos pertencentes à região do Vale do Cotinguiba. Em razão dessas manifestações estarem fortemente originadas nesses lugares é possível entender como elas também fazem parte do circuito cultural afro-sergipano. Ademais, historicamente, as pessoas que compunham os agrupamentos dos Bacamarteiros eram homens negros. O Batalhão saí com roupas padronizadas, podemos dizer, com fardamento, que, em geral, são feitos em tecidos de cores marcantes, festivas. É de ressaltar que qualquer pessoa que deseje acompanhar o cortejo promovido pelo grupo está autorizada, pois é uma festa que ocupa o espaço público dos seus municípios. Vale pontuar o empenho criativo desses grupos que ascendem de agrupamento paramilitar para manifestação cultural celebrativa e festiva em períodos juninos no Nordeste do Brasil.